Hermafroditismo – O que é, Causas e Tratamentos desta condição que poucos conhecem. Além disso, o hermafroditismo é uma condição ainda pouco conhecida, configurando um distúrbio tanto morfológico quanto fisiológico e que acomete as gônadas sexuais e/ou os órgãos genitais de um indivíduo, que simultaneamente manifesta estrutura tecidual testicular e ovariana. É comum referir-se a pessoas com esta condição de “hermafroditas”. Este termo, no entanto, está ultrapassado e, aos poucos, está caindo em desuso. Atualmente, o nome mais correto para a condição é “intersex”.
No primeiro caso, o indivíduo apresenta ovários e testículos e os órgãos genitais externos com estruturas masculinas e femininas. Geneticamente, a maioria dos hermafroditas verdadeiros tem em cada célula dois cromossomos X – os homens normais têm um cromossomo X e um Y e as mulheres, dois X. Portanto, eles deveriam ser mulheres. O desenvolvimento dos testículos se deve a alterações em genes ainda desconhecidos que atuam como o gene SRY do cromossomo Y, responsável pela formação dos testículos.
No segundo, o indivíduo é um homem (XY) do ponto de vista genético, mas o pênis não se desenvolve completamente. Trata-se de homens não completamente virilizados, por lacunas no desenvolvimento sexual embrionário. No terceiro caso, ocorre o inverso. As mulheres apresentam dois cromossomos X e têm o aparelho reprodutor feminino completo, mas durante a fase intrauterina sofrem um processo de virilização dos genitais: o clitóris cresce excessivamente e se apresenta como uma estrutura semelhante ao pênis.
Causas do Hermafroditismo: As causas do hermafroditismo humano ainda não foram totalmente esclarecidas, mas acredita-se que o óvulo possa ter sido fertilizado por 2 espermatozoides diferentes ou que tenham havido alterações genéticas importantes durante o desenvolvimento do bebê.
Uma das causas possíveis para o Hermafroditismo é genética. Mutações no gene CYP21A2 (que se encontra no braço curto do cromossomo 6) resultam na deficiência de uma enzima, a 21-hidroxilase. O nome da doença decorrente dessa deficiência é hiperplasia congênita da supra-renal (HCSR), que ocorre em 1 em cada 17 mil nascimentos, segundo a Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal.
Certas formas desta doença põem em risco de morte a criança com 7 a 14 dias de idade, pois há perda de sal e desidratação severa e rápida, que, se não tratada com urgência, pode levar a óbito. A escassez da enzima 21-hidroxilase impede a síntese do hormônio cortisol, produzido nas glândulas supra-renais. Numa reação em cadeia, a falta desse hormônio aciona uma glândula da base do cérebro, a hipófise, que intensifica a produção de outro hormônio , o hipofisário corticotrófico, estimulante da atividade das supra-renais.
Em resposta a esse estímulo, as supra-renais aumentam de tamanho e produzem mais hormônio masculino, a testosterona. Nos fetos do sexo feminino, o excesso desse hormônio provoca virilização: as mulheres nascem com um clitóris hipertrofiado, que lembra um pênis, e uma bolsa escrotal sem testículos, que recobre completamente a vagina. Há também causas não genéticas. Quando a mulher, sem saber que está grávida, toma hormônios, essas substâncias podem contribuir para a virilização do feto do sexo feminino.
Sintomas do Hermafroditismo: Os hermafroditas têm tanto tecido ovárico como testicular. Os genitais externos são ambíguos e possuem componentes de ambos os sexos. As pessoas hermafroditas podem ter aparência tanto feminina como masculina.
Tratamento do Hermafroditismo: O tratamento do Hermafroditismo é feito com hormônios corticoides. Mas é preciso tomar hormônio o resto da vida, pois é um defeito enzimático. E os casais que têm um filho com este problema devem fazer aconselhamento genético antes de planejar futuras gestações, pois o risco de repetição é de 25% em cada nova gestação”, explica Raskin. O leque de tratamentos também inclui intervenções cirúrgicas, decididas caso a caso e, evidentemente, acompanhamento psicológico.
Hoje em dia mudou muito a visão de tratamento desses pacientes. Há 30 anos cometeram-se verdadeiros erros médicos, era uma fase em que os cirurgiões pediátricos faziam cirurgias corretivas agressivas sem ouvir a opinião dos pais e sem equipe multidisciplinar para assessoras a decisão, diz o médico geneticista Gerson Carakushansky, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
“Atualmente os casos têm de ser acompanhados por equipes com profissionais de várias áreas, sem muita pressa, porque o próprio paciente deve opinar sobre a operação. Só se faz a correção da parte que prejudica a função da criança, por exemplo para urinar. As definitivas ficam para mais adiante, sempre com psicólogos dando apoio à criança e aos pais.”
Nota: O Hermafroditismo é a oitava doença mais rara do mundo, e estima-se que há apenas cerca de 500 casos em todo mundo, por isso é uma doença ainda desconhecida por muitos.