Transtorno da Personalidade Borderline – Causas, Sintomas e Tratamentos que todos devem saber. Além disso, o Transtorno da Personalidade Borderline é um padrão de sentimentos e comportamentos que parecem apropriados e justificados para a pessoa que os experimenta, mesmo que esses sentimentos e comportamentos causem uma grande quantidade de problemas na vida dessa pessoa. O Transtorno da Personalidade Borderline (DBP) é um transtorno de personalidade que tipicamente inclui os seguintes sintomas:
- Reações emocionais inapropriadas ou extremas.
- Comportamentos altamente impulsivos.
- Um histórico de relacionamentos instáveis.
Mudanças de humor intensas, comportamentos impulsivos e reações extremas podem tornar difícil para pessoas com Transtorno da Personalidade Borderline completar a escolaridade, manter empregos estáveis e ter relacionamentos duradouros e saudáveis.
Causas de Transtorno da Personalidade Borderline: As causas e ou fatores envolvidos no surgimento de Transtorno da Personalidade Borderline, são vários e abrangem desde a predisposição genética até experiências emocionais precoces e fatores ambientais, com destaque para as situações traumáticas e situações de abuso e negligência. Entenda melhor cada uma delas.
Fatores Genéticos: Fatores genéticos têm um papel importante. O Transtorno de Personalidade Borderline é cinco vezes mais frequente em parentes biológicos de 1º grau de pessoas com o transtorno do que na população em geral. É relevante a presença de pais Borderline (um ou ambos) na história clínica desses pacientes
Instabilidade Familiar: Impacto do ambiente familiar no desenvolvimento da criança pode ser um fator causal importante. Cerca de 80% dos pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline veem o casamento de seus pais como muito conflituoso. Muitos desses pacientes passaram por negligência e abusos físicos e sexuais dentro da família. Porém, há pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline com familiares absolutamente comuns, sem nada de anormal.
Também há aumento do risco de Transtorno de Personalidade Borderline quando existe na família, o pai e ou mãe com transtorno por uso de substância, Transtorno de personalidade antissocial e transtorno depressivo ou transtorno bipolar.
O Transtorno de Personalidade Borderline seria também a consequência de uma educação muito autoritária, onde pais rígidos sempre imporiam seus desejos. Com o tempo as tentativas de autoafirmação da criança sucumbiriam aos desejos dos pais e ela se habituaria a se submeter sempre aos pais, desenvolvendo dúvidas sobre a própria capacidade e vergonha pelos seus fracassos. Aos poucos a criança iria parando de tentar expressar as suas vontades podendo levar a falhas na clarificação psíquica de si e do outro.
Sintomas de Transtorno da Personalidade Borderline: Os sintomas de Transtorno da Personalidade Borderline variam de pessoa para pessoa e as mulheres são mais propensas a ter essa doença do que os homens. Os sintomas comuns da doença incluem o seguinte:
- Ter uma auto-imagem instável ou disfuncional ou um senso distorcido de si (como se sente por si próprio).
- Sentimentos de isolamento, tédio e vazio.
- Dificuldade em sentir empatia pelos outros.
- Uma história de relacionamentos instáveis que podem mudar drasticamente do amor intenso e da idealização ao ódio intenso.
- Um medo persistente de abandono e rejeição, incluindo reações emocionais extremas ao abandono real e mesmo percebido.
- Humor intenso e altamente variável que pode durar vários dias ou por apenas algumas horas.
- Sentimentos fortes de ansiedade, preocupação e depressão.
- Comportamentos impulsivos, arriscados, autodestrutivos e perigosos, incluindo condução imprudente, abuso de drogas ou álcool e ter relações sexuais inseguras.
Hostilidade: Planos de carreira instáveis, metas e aspirações. Muitas pessoas experimentam um ou mais dos sintomas acima, regularmente, mas uma pessoa com Transtorno da Personalidade Borderline experimentará muitos dos sintomas listados acima de forma consistente durante a vida adulta.
O termo “borderline” refere-se ao fato de que as pessoas com essa condição tendem a “fronte ir” ao serem diagnosticadas com condições adicionais de saúde mental durante a vida, incluindo psicose.
Uma das ironias desta desordem é que as pessoas com DBP podem desejar proximidade, mas suas respostas emocionais intensas e instáveis tendem a alienar os outros, causando sentimentos de isolamento a longo prazo.
Tratamento de Transtorno de Personalidade Borderline: O tratamento inicial do Transtorno de Personalidade Borderline é a psicoterapia. Ela ajudará o paciente a controlar melhor seus impulsos e entender seu comportamento.
Nesse caso, o tratamento foca principalmente as questões do suicídio e da automutilação, além do aprendizado de novas habilidades, como consciência, eficácia interpessoal, cooperação adaptativa nas decepções e crises e na correta identificação e regulação de reações emocionais.
Mas é Preciso Fazer uma Terapia Específica: o terapeuta deve ser mais ativo, mais próximo, mais participante. O Borderline é uma pessoa que sofre muito. Ele pode oscilar o humor e romper com as relações que poderiam dar certo. A impulsividade acaba estragando muito a vida profissional e social deles. Com o tratamento, é possível evitar muitos sofrimentos.
Os atendimentos demandam muita energia do especialista, que têm que deixar sempre um canal aberto para o paciente, seja de dia ou de noite ou madrugada ou nos finais de semana e inclusive durante viagens e férias. O psiquiatra tem que estar à disposição 24 horas por dia. Muitos telefonemas são feitos por pacientes que estavam à beira de um suicídio ou se cortando.
São situações que podem não esperar o dia amanhecer. Por isso é essencial que a família busque especialistas que tenham esse perfil e essa disponibilidade de tempo que o tratamento do portador de Transtorno de Personalidade Borderline exige mantendo-os por tempo indeterminado, caso a caso.
Pode ser feita terapia familiar também, pois em geral a família tende ou a abandonar o paciente ou a se tornar superprojetora. Na maioria dos casos, familiares, amigos e leigos não compreendem como o sofrimento pode levar um indivíduo com Transtorno de Personalidade Borderline a querer se matar. Já os pacientes relatam que a automutilação e o suicídio são maneiras que eles encontraram de extravasar um sofrimento insuportável. Os pais se dizem impotentes e relatam sofrer tanto quanto o paciente.
Estudos em geral mostram que nenhuma medicação se mostra promissora para o sentimento de vazio crônico, perturbações de identidade e medo de abandono que a pessoa com Transtorno de Personalidade Borderline sente.
Mas eles podem agir em sintomas isolados. Por exemplo, podem ser usados antidepressivos para comorbidades como a depressão., ou estabilizadores de humor para problemas interpessoais e de raiva, além de antipsicóticos para a impulsividade.
Normalmente o Transtorno de Personalidade Borderline demora a ser diagnosticado. Pode levar três, cinco, dez ou ainda mais anos até que seja descoberto. É muito importante que o diagnóstico seja feito o mais precocemente possível e que o tratamento seja logo iniciado.
É extremamente importante que toda a família se trate, pois na grande maioria dos casos a dinâmica familiar se encontra dilapidada pelo sofrimento e por anos de busca por um diagnóstico correto.
No início, o tratamento pode aliviar alguns sintomas, principalmente aqueles que mais perturbam as pessoas, porém se pensarmos em desenvolvimento da personalidade, o tratamento deverá ser de médio em longo prazo.
O objetivo é ir além dos sintomas, buscando o desenvolvimento duradouro das capacidades psíquicas do paciente. Os tratamentos devem considerar cada caso em sua particularidade. Podem ser breves com duração de 20 sessões ou de longo prazo, de dois a três anos. Pesquisas atuais têm apontado que tratamentos de longo prazo produzem resultados mais duradouros no decorrer da vida.
Sabidamente, o Transtorno de Personalidade Borderline é considerado um transtorno fronteiriço ou limítrofe entre uma modalidade “não normal” da personalidade de se relacionar com o mundo e um estado que pode ser considerado francamente patológico. Assim sendo, os pacientes com Transtorno de Personalidade Borderline deve ser considerados caso a caso.