Tuberculose – Causas, Diagnóstico e Tratamento para essa doença que acomete cada dia mais pessoas. Além disso, a Tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões. Anualmente, são notificados cerca de 10 milhões de novos casos de Tuberculose em todo o mundo, levando mais de um milhão de pessoas a óbito. O surgimento da Aids e o aparecimento de focos de Tuberculose resistente aos medicamentos agravam ainda mais esse cenário.
No Brasil, a Tuberculose é um sério problema da saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem 4,5 mil mortes em decorrência da doença. A Tuberculose tem cura e o tratamento é gratuito e disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde.
Tendo em vista a nova era para o controle da Tuberculose, a OMS redefiniu a classificação de países prioritários para o período de 2016 a 2020. Essa nova classificação é composta por três listas de 30 países, segundo características epidemiológicas:
- 1ª carga de Tuberculose.
- 2ª Tuberculose multidrogarresistente.
- 3ª coinfecção Tuberculose/HIV.
Alguns países aparecem em mais de uma lista, somando assim, um total de 48 países prioritários para a abordagem da Tuberculose. O Brasil se encontra em duas dessas listas, ocupando a 20ª posição na classificação de carga da doença e a 19ª quanto à coinfecção Tuberculose/HIV. Vale destacar que os países que compõem essas listas representam 87% do número de casos de Tuberculose no mundo.
Principais Causas: A doença Tuberculose é causada por uma bactéria (Mycobacterium Tuberculosis) que se espalha pelo ar quando pessoas infectadas tossem ou espirram. A Tuberculose afeta com mais frequência os pulmões, mas pode infectar qualquer parte do corpo, incluindo os ossos e o sistema nervoso.
A maioria das pessoas expostas nunca desenvolvem os sintomas, já que a bactéria pode viver na forma inativa dentro do corpo. Entretanto, se o sistema imunológico enfraquecer, como acontece com pessoas desnutridas, pessoas HIV-positivo ou idosas, a bactéria da Tuberculose pode se tornar ativa. Cerca de 10% das pessoas infectadas com a bactéria vão desenvolver a forma ativa e contagiosa da doença em algum ponto de suas vidas.
Sintomas: O principal sintoma é a tosse. A pessoa pode tossir meses, sem, contudo, pensar na Tuberculose. Outros sintomas incluem falta de apetite, emagrecimento e suor noturno acompanhado de febre baixa, que é mais comum no final da tarde. Pode existir catarro esverdeado, amarelado ou com sangue. Nem sempre todos esses sintomas aparecem juntos. Devemos valorizar a tosse, principalmente quando ela dura mais de três semanas.
Diagnóstico: O diagnóstico é feito pela história de adoecimento da pessoa e também pelo exame clínico. Deverá ser confirmado por exames específicos, como no caso da baciloscopia e a cultura do escarro e também pelo raio-X de tórax. Pode ser que sejam necessários outros exames, como a biópsia, dependendo do órgão afetado.
Transmissão da Tuberculose: A transmissão é direta, de pessoa a pessoa, portanto, a aglomeração de pessoas é o principal fator de transmissão. A pessoa com Tuberculose expele, ao falar, espirrar ou tossir, pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo contaminando-o. Má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica, também favorece o estabelecimento da Tuberculose.
Tratamentos: Os doentes que apresentam os sintomas são tratados com um esquema de antibióticos por no mínimo 6 meses. O principal esquema é o chamado RIPE – Rifampicina, Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol por 2 meses, seguido por mais 4 meses de rifampicina e isoniazida.
Já há um medicamento sendo distribuído gratuitamente pelo Ministério Saúde chamado Coxcip 4, que é um único comprimido que contém a combinação das 4 drogas contra Tuberculose: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Nos dois primeiros meses de tratamento este é o único medicamento necessário. Nos 4 meses seguintes, o paciente passa a tomar comprimidos de isoniazida e rifampicina separados.
O tratamento das formas latentes, isto é, pacientes assintomáticos, mas com PPD positivo, é feito apenas com a Isoniazida, também pelo período de 6 meses. O grande problema do controle da Tuberculose é o abandono antes do final dos 6 meses.
Como os sintomas melhoram em pouco tempo e os efeitos colaterais são comuns, muitos pacientes não completam o tempo total de tratamento, favorecendo o surgimento de cepas multirresistentes do bacilo de Koch.
Os pacientes deixam de transmitir Tuberculose após aproximadamente 15 dias de tratamento. Porém, podem voltar a ser bacilíferos (transmissores do bacilo) se não completarem o curso de 6 meses de antibióticos. A Tuberculose não tratada pode levar à sepse grave e morte.