A vacina da influenza H3N2 atual pode atribuir proteção cruzada contra Darwin, cepa responsável pelo surto de influenza, além disso, a imunização cruzada ocorre principalmente quando uma vacina contém uma cepa semelhante à que se quer proteger.
A influenza H3N2 chamada popularmente de gripe, tem gerado surtos regionais pelo país impulsionada pela introdução de uma nova cepa do subtipo A(H3N2), batizada de Darwin.
Além disso, a primeira identificação da nova cepa no país foi realizada pelo Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz em amostras provenientes da cidade do Rio de Janeiro. ((https://www.unasus.gov.br/noticia/h3n2-darwin-pesquisador-fala-sobre-o-virus-influenza-em-circulacao-no-pais))
Os sintomas da influenza H3N2 são febre alta no início do contágio, inflamação na garganta, calafrios, perda de apetite, irritação nos olhos, vômito, dores articulares, tosse, mal-estar e diarreia, principalmente em crianças.
No entanto, pelo fato da influenza ser um vírus respiratório, assim como o que causa a Covid-19, a prevenção contra ele ocorre da mesma forma, ou seja, com distanciamento físico entre as pessoas, uso de máscara, higiene das mãos e a vacina.
Além disso, o período de incubação do vírus H3N2 é de três a cinco dias, quando começa a manifestação dos sintomas, também é possível que uma pessoa tenha a doença de uma forma assintomática, sem apresentar nenhuma reação.
Porém durante o período de incubação ou em casos de infecções assintomáticas, o paciente também pode transmitir a doença, e o período de transmissão do vírus em crianças é de até 14 dias, enquanto nos adultos é de até sete dias.
A influenza H3N2 pode começar a ser transmitida até um dia antes do início do surgimento dos sintomas e o período de maior risco de contágio é quando há febre.
Portanto, caso apresente alguns desses sintomas, procure uma Unidade de Saúde mais próxima. ((https://pirassununga.sp.gov.br/gripe-h3n2-saiba-o-que-e-e-como-se-prevenir/))
Além disso, a atual vacina contra gripe, disponível na campanha de imunização de 2021, se mostrou capaz de atribuir a proteção contra a influenza H3N2 (Darwin), mesmo sem ter a cepa na sua composição.
No entanto, este é o resultado de testes realizados no Instituto Butantan, produtor da vacina distribuída pelo Ministério da Saúde.
Portanto, segundo o diretor de produção do Instituto Butantan, Ricardo Oliveira, a vacina atual trivalente, composta pelo vírus da influenza H1N1, H3N2 e B.
A vacina da influenza H3N2 que temos hoje traz uma proteção cruzada contra a Darwin, menor do que a vacina específica, mas confere.
No entanto, vimos isso nos reagentes que usamos no controle de qualidade, nas reações in vitro.
Além disso, o reagente da cepa anterior reage como uma cepa nova, então existe essa possibilidade, esse nível de proteção”, afirma Ricardo.
Cepas da influenza são parentes:
No entanto, Ricardo explica que a proteção cruzada pode ocorrer principalmente quando um imunizante contém em sua composição uma cepa semelhante à que se quer proteger.
Além disso, isso acontece porque os vírus evoluem com o tempo, mas mantêm estruturas semelhantes.
Por exemplo, você tem um grau muito próximo de parentesco com a sua mãe, mas você é diferente dela.
As cepas da influenza são parentes, têm mudanças na estrutura viral, nos aminoácidos, mas têm partes do vírus que são as mesmas e ela confere essa proteção mesmo com a atualização do vírus”, explica.
No entanto, diante da descoberta, o imunizante se mostrou uma alternativa viável para proteção contra a cepa da influenza que vem causando surtos pelo país, segundo o diretor, até que a vacina da influenza H3N2 atualizada esteja disponível.
Além disso, recentemente, o Butantan doou 1,4 milhão de doses do imunizante da campanha de 2021 às cidades de São Paulo e Rio de Janeiro para aplicação de reforço.
Ressalta Ricardo “a atual vacina funciona e protege contra a Darwin, mesmo que não seja a melhor resposta de proteção, ela vai trazer sim uma proteção para a população”.
Vacina de 2022 terá Darwin na composição:
A nova versão da vacina da influenza H3N2, que será distribuída em 2022, é trivalente, composta pelos vírus H1N1, H3N2 (Darwin) e a cepa B, e já está sendo produzida pelo Butantan em suas fábricas.
Além disso, segundo Ricardo, 100% do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) do H1N1 e da cepa B já foram produzidos.
“Em janeiro começamos a produzir o IFA do H3N2 e na primeira quinzena de fevereiro está previsto o início das formulações e do envase”, diz.
No entanto, o Butantan produz 80 milhões de doses da vacina da influenza anualmente oferecidas na campanha nacional de vacinação contra a gripe.
Portanto, por ser sazonal, o imunizante é modificado a cada ano, baseado nos três subtipos do vírus influenza que mais circularam no último ano no hemisfério Sul monitorados e indicados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Sobre tudo importamos essa cepa após a determinação da OMS e já estamos trabalhando nos bancos virais que produzirão os IFAs da Darwin, por isso a vacina que será distribuída em março já vai conter a cepa”, ressaltou Ricardo.
Além disso, as doses entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, são distribuídas em estados e municípios geralmente antes do inverno, quando aumentam os casos de influenza e as síndromes gripais.
Contudo, uma versão tetravalente da vacina da influenza, com duas cepas de vírus A e duas cepas do vírus B, está sendo desenvolvida também no Butantan e deverá substituir a trivalente no futuro. ((https://butantan.gov.br/noticias/vacina-atual-da-gripe-pode-conferir-protecao-cruzada-contra-darwin-cepa-responsavel-pelo-surto-de-influenza))